A Igreja precisou de muito tempo e esforço para conseguir expressar a relação entre a divindade e a humanidade em Jesus Cristo. Divindade e humanidade não são rivais, de modo a que Jesus só parcialmente fosse Deus e só parcialmente fosse homem; as dimensões divina e humana também não estão misturadas. Deus, em Jesus, não tomou só aparentemente um corpo humano (docetismo); Ele tornou-Se realmente homem. Além disso, a pessoa divina e humana não corresponde a duas pessoas distintas (nestorianismo). Finalmente, a natureza humana não foi totalmente absorvida pela natureza divina (monofisitismo). Contra todos estes erros, a Igreja sustentou a fé de que Jesus, Cristo é, conjuntamente, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. A famosa expressão "nem misturadas nem separadas" (Concílio de Calcedónia) não procura explicar o que é superior à compreensão humana, mas determinar os pontos angulares da fé; ela aponta a direção em que pode ser procurado o mistério da pessoa de Jesus Cristo.
Uma religião sem mistério só pode ser uma religião sem Deus. Jeremy Taylor (1613-1667, escritor espiritual inglês)